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*terça-feira, 13 de março de 2007

Uma das muitas sucursais de seu estabelecimento que o diabo tratou de abrir aqui na Terra está instalada no primeiro andar da Polícia Federal, aqui pertinho de casa, na Lapa mesmo.

Aproveito a oportunidade para abrir um parêntese: vocês já repararam que as únicas coisas que têm sucursal são os jornais e o inferno?

Fecha o parêntese.

Na sucursal do inferno em questão, são expedidos os passaportes. Aliás, péssima notícia para quem pretende deixar o país: é mais difícil do que parece.

Cheguei lá às nove da manhã, passei por uma fila com cerca de vinte pessoas só para entrar no prédio. Já na seção de emissão de passaportes, foram mais umas vinte pessoas até que eu conseguisse pegar uma senha. Lá pelas 9 e meia, finalmente eu tinha o meu número: 365. O painel eletrônico marcava 267.

Sentei na frente de duas mulheres. Uma senhora mais velha e uma moça que devia ter a minha idade. Parece que quem ia tirar o passaporte era a menina. Pessoas simples. Não sei para onde ia viajar. A menina falava do buraco de piercing que tinha na língua. Estava fechando, e ela estava planejando espetar um palito de dente, provisoriamente.

Levantei, fui beber água, sentei em outra cadeira. Do meu lado, um casal. A moça falava em experimentar seu vestido de noiva e da viagem que eles fariam. Ouvi Praga, mas não tenho certeza de que era para lá que eles iam. A moça, um pouco mais velha que eu. O moço, bem mais velho que eu. E feio como o cão chupando manga. Vai ver era o próprio, fiscalizando o andamento dos negócios. Lento. Ótimo. Levantei e fui no banheiro.

Sentei na frente de outro casal. Devia ser árabe. Podia não ser árabe, mas eu assumi que fossem. Falavam uma língua que eu não entendia. Levantei. Sentei do lado de um cara, sozinho, falando no celular.

Sentar ao lado de pessoas falando no celular é a melhor coisa quando você precisa passar o tempo. Você finge que está ali, olhando para o nada, e se diverte com a conversa. Esse era um prato cheio. Terminava uma ligação e já discava novamente. Trabalhava na EMI e ia para uma reunião em Miami. Coisa chique. O assunto dos telefonemas eram sempre os mesmos: wallpapers para celular do RBD, ringtones do Placebo, fotos de não sei quem. Quando todos os assuntos possíveis acabaram ele resolveu puxar papo comigo. Eu resolvi levantar.

Fui ao banheiro. Faltavam 5 números para eu ser chamada. O que, na escala da Polícia Federal, corresponde a uns 20 minutos. Voltei. Não tinha mais cadeira para sentar. Fiquei postada em frente aos guichês, batucando o pé no chão. Logo depois, fui atendida. Eram cerca de 11h40 da manhã.

Na saída, não sei se foi o sol escaldante, mas eu tenho certeza que vi um gringo conversando com um telefone celular. Não, ele não estava falando AO telefone, ele estava conversando COM o telefone.

Daqui 40 dias volto para pegar o passaporte. Que o diabo me ajude. Porque, neste caso, Deus é mera concorrência.


por Amelie às 19:44 | 9 comentários

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