Lígia, 24 anos. A pior hora é quando eu lembro que tenho que entrar aqui e atualizar esse número mais uma vez.

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*quinta-feira, 6 de julho de 2006

- Eu era tão feio que nem minha mãe me quis!

Adotado ainda bebê, ele tinha raquitismo e mais um monte de doenças.

- Desculpa o comentário moça, mas você não tem barriga nenhuma!!! Como você consegue? Sabe, é que eu já perdi 360 quilos. Fiz cirurgia de estômago e fiquei dois anos internado.

Engordou de tanto tomar remédio quando criança. Depois da cirurgia de redução do estômago, ficou com artrose como sequela.

- Caaaalma moça! Tem que encostar o cartão se não você não passa!

Em São Paulo há dez meses, trabalha como cobrador de ônibus há dois.

- Vim pra São Paulo com emprego, mas saí porque meu chefe era muito nervoso! Fiquei um mês pensando no que fazer... pensando em voltar pra casa... Daí consegui este emprego porque tinha vaga pra deficiente. Preenchi a ficha num dia, no outro comecei a trabalhar.

O sotaque arrastado não nega sua origem.

- Sou de um dos quatro "b" de Minas: Belzonte, Beraba, Berlândia e a bosta de Araguari! Hahaha, eles ficam danados quando a gente fala isso!

Do salário que ganha como cobrador, boa parte vai para os pais, que continuaram em Minas.

- Meu pai tá com aquele maldito câncer de próstata. E o velho é teimoso e não trata...

Por causa da falta de dinheiro, mora num galpão atrás de um bar, do outro lado da rua em relação à garagem de ônibus.

- Eu pago setenta reais. Se eu gastar mais, não tenho como mandar nada pros meus pais. Tem uma cama com um cobertor, mas eu quero comprar mais um porque tá muito frio, e ataca minha artrose. Mas é jóia lá. Seu Hélio do bar é gente fina, deixa eu comer e pagar só no dia 20.

Além disso, tem más recordações das pensões.

- Eu dormia num quartinho com mais um homem numa pensão em Guarulhos. Eu não tinha nada de valor, só uma coleção de isqueiros que eu juntei por 15 anos. E não é que me levaram a coleção embora? E levaram também uma garrafinha de plástico de água. No galpão eu durmo sozinho, é jóia.

Durante uma tentativa frustrada de paquerar uma passageira, descobre que ela é casada.

- É bom ser casar?

Solteiro, sua única família são os pais.

- Minha mãe chora todos os dias pedindo pra eu voltar. Aqui em São Paulo? Aqui somos só eu e Deus! E meus anjos da guarda!

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Ônibus em São Paulo: jornalismo literário sem nem mexer a bunda da cadeira.


por Amelie às 19:26 | 3 comentários

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